domingo, 17 de abril de 2011

Regresso


Vou a casa. Isto é como quem diz, a Lisboa. Surgiu a obrigatoriedade de gastar umas férias “de Inverno” (até parece que estou na Noruega, férias de Inverno soa-me algo ridículo!...), de maneira que vou ver como está o país. Ao ver as notícias sinto a gravidade da situação económica, mas pessoalmente, no local terei uma diferente noção.  

Durante este tempo, depois de Paris e agora em Barcelona, não tive tempo para entender o que sinto, ou o que tenho sentido até a este momento em relação ao meu país. Saudades? Ás vezes sinto pena de qualquer coisa… talvez pena de no meu país não sentir que posso ser reconhecida ou valorizada a nível de trabalho. Julguei que mudando-me para cidades mais avançadas, onde o meio artístico/beleza/cosmética/moda tem um maior relevo, a situação se invertesse… de repente dou por mim a fazer trabalhos com um nível bastante baixo do que anteriormente, e dou-me conta que nada melhorou nem tive novas oportunidades. Não será uma sensação agradável, mas foi bom morar numa cidade como Paris, numa zona agradável. O polimento dos parisienses, (em comparação com a brutalidade espanhola*) a gastronomia, a excelência da pastelaria e padaria; a beleza da cidade vai deixar sempre uma impressão vívida na minha memória.

* Não é brincadeira! Aqui as pessoas comportam-se como uma manada de búfalos. Se queremos circular numa rua cheia, não se desviam e vêm contra nós, apesar de estarem num grupo que ocupa 95% do espaço livre para se caminhar! No Metro, estão com as pernas estendidas, semi-deitados nos bancos, bloqueando a passagem, e não recolhem os pés para os outros passageiros poderem passar! Se estamos quietos e vêm contra nós, ou nos dão um golpe com as malas ou mochilas, ou nos pisam, dando-se perfeitamente conta do que fizeram, não pedem desculpa. Podem dizer o que quiserem dos parisienses, mas não experimentei nada disto na citée-lumière.

Após o meu regresso, comentarei as minhas impressões.

Um abraço.

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